domingo, 19 de junho de 2011

Ergonomia: das múltiplas ferramentas para auxilio as tarefas cognitivas complexas

Ergonomia: das múltiplas ferramentas para auxilio as tarefas cognitivas complexas

Esse artigo foi publicado originalmente na Revista Engenharia de Produção e considerado pelos editores o melhor da revista em 2002.

NELCI BARROS, DR. ENG.
Universidade Federal de Santa Catarina
Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Centro Tecnológico CX. Postal 476 CEP.:88040900 Florianópolis Santa Catarina. E-Mail: nelci@newsite.com.br

MIGUEL FIOD NETO,DR. ENG.
Universidade Federal de Santa Catarina
Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Centro Tecnológico CX. Postal 476 CEP.:88040900 Florianópolis Santa Catarina. E-Mail: fiodneto@eps.ufsc.br




ABSTRACT:The article argues the problem of the methods inadequacy to assist the systems projects complex cognitive tasks of technology of the information. These methods are introduced by authors as Marmaras N. and Pavard B. (1999) among others, which introduce proposal of an approach guided to the problem recognizing the need to assist the complex cognitive tasks. Using of the metaphor of the Curve–S, learning curve, the article argues the need to if know the limit by the technological apprenticeship and the search, in other sciences, of substitutive technology, before the arrival to the limit in the Research and Development process, P&D. It indicates as priority to the multiple tools action from the conceptual project. Projection that in this isolated tools field are not enough for one assist complete. They are multiple necessary tools to be employed in each phase of the project.

WORDS-KEY: Ergonomics, Curve - S, Method.

RESUMO: O artigo discute o problema da inadequação de métodos para auxilio as tarefas cognitivas complexas de projetos de sistemas de tecnologia da informação. Esses métodos são apresentados por autores como Marmaras N. e Pavard B. (1999) entre outros, que introduzem proposta de uma abordagem orientada ao problema reconhecendo a necessidade de auxilio as tarefas cognitivas complexas. Utilizando-se da metáfora da Curva–S como curva de aprendizagem, o artigo discute a necessidade de se conhecer o limite imposto pelo estágio tecnológico e a procura, em outras ciências, de tecnologia substitutiva, antes da chegada ao limite no processo de Pesquisa e Desenvolvimento, P&D. Indica como prioridade à ação de múltiplas ferramentas a partir do projeto conceitual. Ressalta que nesse campo ferramentas isoladas não são suficientes para um auxilio completo. São necessárias múltiplas ferramentas para serem empregadas em cada fase do projeto.

PALAVRAS-CHAVE: Ergonomia, Curva - S, Método.



1. INTRODUÇÃO

Interessados no problema da inadequação de métodos para auxilio as tarefas cognitivas complexas de projetos de sistemas de tecnologia da informação autores como Marmaras N. e Pavard B. (1999) apresentaram proposta de uma abordagem orientada ao problema reconhecendo a necessidade de auxilio as tarefas cognitivas complexas. Essa abordagem é um passo que permite completar o método com uma ferramenta auxiliar de suporte às tarefas cognitivas complexas de projetos de sistemas de informação. Isso porque nenhuma ferramenta isolada pode dar conta do problema. Assim, com a finalidade de oferecer suporte a tarefas cognitivas complexas existem sistemas tecnológicos de informação com denominações e campos dos mais variados. Sua denominação é indicativa do tipo de suporte que oferecem.
Quadro – 1 Sistemas Tecnológicos de Informação
SISTEMA TECNOLÓGICO DE INFORMAÇÃO FINALIDADE
CAD Computer-aided design
CAM Computer aided manufacturing
DSS Decision support systems

Nesse caso, o tipo de suporte de cada sistema citado é conhecido pelos profissionais que utilizam nas mais diferentes situações de trabalho. Entretanto pode ser questionado, em que momento eles apresentam efetiva usabilidade? Podem ser citados como exemplo os sistemas CAD que não oferecem suporte as fases iniciais do projeto (fase do projeto conceitual e de criatividade). Considerando a observação de Lebehar (1986), o uso de sistemas CAD tem como requisito à introdução de imposições dimensionais (métricas). Nesse caso, o usuário tem que considerar essas imposições métricas desde o inicio do processo conceitual resultando em soluções menos adequadas que ampliam o tempo e o esforço de execução de projetos. Outros autores, como Hacker (1997), mostram no âmbito do projeto de engenharia em suas fases inicias do processo de projeto conceitual: (a) -Identificação dos objetivos; (b) - busca dos princípios para soluções de problemas, e relatam que essas fases não são auxiliadas pelos sistemas computacionais existentes.

2. Lacunas dos sistemas tecnológicos de apoio

São vários os motivos que podem contribuir para a inadequação dos sistemas tecnológicos de informação em relação ao suporte às tarefas cognitiva complexas na fase do projeto conceitual Barros e Fiod (2001). A maior parte desses sistemas tecnológicos de informação, quando de sua elaboração tiveram por base uma abordagem com foco na tecnologia, onde o projeto de sistemas é orientado pelos avanços da tecnologia da informação e por modelos teórico formais e técnico dentro da aplicação. Assim, essas ferramentas de apoio não têm como orientação às dificuldades encontradas pelos técnicos que resolvem problemas utilizando esses sistemas. Por outro lado, como chama atenção Marmaras N. e Pavard B. (1999), dentre outros autores, muitos desses sistemas foram desenvolvidos tendo por base o paradigma da prótese, cujo escopo principal é aplicar a tecnologia da computação para desenvolver máquinas especialistas autônomas (stand-alone/unique) que ofereçam alguma forma de resolução de problemas (Roth et al. 1987). Devem ser analisados ainda, os aspectos cognitivos dos especialistas humanos para os quais esses sistemas são dirigidos e considerados inadequados. Isso porque a semântica utilizada pelos especialistas num domínio e o modo pelo qual ele realmente resolve problemas complexos e toma decisões dentro dos limites e demandas colocadas pelo seu ambiente de trabalho são rejeitados (Marmaras et al. 1992, Roth et al. 1987). Pode ser acrescentado ainda, que modelos simplistas e teorias normativas, a maior parte desenvolvidas a parte de estudos realizados em situação de laboratório, são utilizados para o projeto de sistemas (Woods, 1992). Há que se considerar o aspecto de participação e colaboração de muitas situações reais e sua articulação com o trabalho individual hoje pouco considerado (Bannon, 1997). Por último, a questão do conhecimento tácito que são desenvolvidos pelos especialistas de um determinado domínio e dependem de demandas e das imposições do seu ambiente de trabalho, bem como de sua historia pedagógica e treinamento específico, (Nonaka e Takeuchi, (1985) não podem ser utilizados quando se usam esses sistemas, sob pena de resultar em ações errôneas. Também o ambiente, dentro do qual o trabalho é desenvolvido é considerado inadequado uma vez que se adota uma visão simplificadora do ambiente de trabalho, negando a importância dos elementos na sua complexidade. Trata-se da simplificação de sistemas complexos como, por exemplo, no domínio do controle de processos, onde muitos sistemas pressupõem componentes estáticos, com falhas únicas, o que revela uma extrema simplificação das situações de diagnostico, nas quais as pessoas que resolvem problemas lidam com possibilidade de falhas múltiplas, entendimentos errôneos de sinais e problemas de interação (Woods, 1992). Cabe, pois resolver como lidar com as dificuldades cognitivas encontradas pelos potenciais usuários na execução de tarefas complexas de resolução de problemas quando auxiliado por sistemas tecnológicos de informação. Dentro desse escopo, o que se discute diz respeito à necessidade de estabelecer uma ferramenta, segundo um modelo ergonômico genérico para análise de situações de trabalho para as quais o sistema tecnológico de informação foi proposto.

2. 1 A posição do produto no ciclo de desenvolvimento

A partir da idéia de realizar uma pesquisa para encontrar uma ou mais ferramentas ou mesmo um conjunto de técnicas para dar suporte ao pesquisador de produtos depara-se com
as seguintes questões:
a) o produto, foco da pesquisa, já existe e se deseja encontrar atributos inovadores;
b) o produto não existe, mas há soluções dadas por um conjunto de produtos que
oferecem solução para o problema; e
c) o produto não existe e se faz necessário que seja desenvolvido.

No primeiro caso, o produto está em qualquer dos pontos da Curva-S que representa seu ciclo de vida, sendo indiferente à localização de seu estágio de desenvolvimento. No segundo, um conjunto de produtos é associado para solução do problema, caracterizando uma convergência de tecnologias. No terceiro caso, o produto ainda não existe. À medida que a tecnologia evolui, descontinuidades ocorrem com freqüência. As empresas não conseguem prever ou gerenciar a descontinuidade, pois geralmente os produtos A e B apropriam-se de tecnologias diferentes oriundas do desenvolvimento de outras ciências possibilitando a criação de um produto que substituirá com vantagem adicional o produto existente. As transições tecnológicas, além de provocar o desaparecimento de produtos, resultam na exclusão produtiva de setores inteiros. À medida que a tecnologia evolui, descontinuidades ocorrem com freqüência. As empresas não conseguem prever ou gerenciar a descontinuidade, pois geralmente os produtos A e B apropriam-se de tecnologias diferentes oriundas do desenvolvimento de outras ciências possibilitando a criação de um produto que substituirá com vantagem adicional o produto existente.

As transições tecnológicas, além de provocar o desaparecimento de produtos, resultam na exclusão produtiva de setores inteiros. Essas transições não são percebidas no desenvolvimento do produto, particularmente quando apoiados por ferramenta auxiliar de suporte às tarefas cognitivas complexas de projetos de sistemas de informação


Figura – 1 Descontinuidades no desenvolvimento de produtos

Assim, os líderes da tecnologia atual raramente sobrevivem para se tornarem líderes da nova tecnologia. Uma descontinuidade pode permitir que o líder mantenha sua primeira posição no mercado, mas com uma participação reduzida.

Uma vez detectada a nova tecnologia que descontinuará o processo de obtenção do produto, é difícil deter o crescimento da velha tecnologia retirando-lhe recursos, quando está sendo apontado que progressos ainda podem ser realizados no ciclo do produto. Na década de 50, as válvulas a vácuo dominavam o mercado. O transistor havia conquistado uma fatia pequena desse mercado. A passagem da válvula a vácuo para o transistor caracteriza uma descontinuidade tecnológica. Primeiro, ocorreu à passagem da válvula a vácuo para o transistor. Essa transição teve implicações para o entrante com reação ao material a ser utilizado. O primeiro material empregado foi o germânio, usado pelos laboratórios Bell. Esse material chegou ao mercado por meio dos produtos da Hughes e Sylvania e acarretava uma alta taxa de rejeição, com conseqüente elevação dos custos.

Entretanto, a Texas Instruments e a Motorola apropriaram-se de outra tecnologia: a do silício, com uma faixa de lacuna de energia maior, mas com maior confiabilidade. O quadro a seguir mostra o que aconteceu de 1955 a 1982.
Quadro – 1 Entradas e saídas de empresas no período (1955-1982).

Na lista figuram as companhias produtoras de componentes eletrônicos, isto é, as que produzem para outros comprarem, não para uso próprio. O quadro mostra a entrada das empresas japonesas NEC, Fujitsu, Toshiba, Hitachi no início da década de 80 (Foster, 1986). Os quatro líderes de fabricação e venda de válvula a vácuo, National Vídeo, Rawland, Eimac e Landsdale Tube, não entraram no ramo de estado sólido e desapareceram diante do domínio da nova tecnologia. Outras empresas chegaram até 1960 fabricando válvulas a vácuo: Westinghouse (saiu desse mercado em 1960), Sylvania (vendeu seus ativos em 1965) e GE, que encerrou essa atividade em 1965. Veja-se como ocorreu a descontinuidade. As empresas que saíram do mercado, sem exceção, estavam pressas as questões de design no sentido de aperfeiçoamento tecnológico total do projeto e foram surpreendidas pela descontinuidade. Estavam orientadas para um problema. Mas o problema estava definido erroneamente. No exemplo, há quatro questões que emergem entre a continuidade e a descontinuidade:
a) não investir - decisão de não investir na nova tecnologia, com destaque para National Vídeo, Rawlan, Eimac e Lansdale, que saíram do mercado;
b) escolha equivocada - escolha da tecnologia errada na decisão de investir, atendendo
às pressões financeiras para encurtar o ciclo, citando-se as empresas: Hughes, Transitron e Clevite, que escolheram o germânio e por isso saíram de mercado;
c) demora - falta de rapidez na decisão de abandonar a tecnologia ultrapassada e apropriar a nova tecnologia em tempo, evidenciando-se a Westinghouse, Sylvania, GE, RCA e Philips, cuja demora não permitiu sustentação da posição de mercado;
d) definição errônea do problema.
Não basta saber que a Vigília Tecnológica aponta para a mudança e mostra a descontinuidade na apropriação da tecnologia. O novo aporte tecnológico necessita de mudança organizacional, precisa de flexibilidade para ruptura de expectativas anteriores e isso nem sempre é obtido. As pressões para se manter na curva e apenas encontrar um diferencial para o produto em relação ao do concorrente vêm de várias áreas da organização. A teoria financeira convencional não tem um modo prático de levar em conta o custo oportunidade de investir na nova tecnologia.

2. O treinamento centrado em questões de continuidade


O treinamento acadêmico tradicional é centrado nas questões da continuidade. Do ponto de vista específico da razão clássica, uma contradição torna absurdo o pensamento onde se inscreve. Uma descontinuidade deixa os pesquisadores atônitos. A contradição que interessa colocar em foco não é a que aparece num raciocínio incoerente ou proveniente da ausência de racionalidade, mas que surge do pensamento racional, aquela contradição que “aparece ao termo de uma dedução correta a partir de premissas consistentes” (Waltzlawick, 1978, p. 188). Os físicos do início do século, em pesquisas da microfísica quântica, se depararam com esse tipo de contradição. Essa contradição, inicialmente, afetou os próprios fundamentos da realidade empírica e da coerência lógica, quando se verifica que, segundo as condições experimentais, a partícula comporta-se ora como onda, ora como corpúsculo. Um exemplo, foi dado por Heisemberg e trouxe um pouco de luz para a contradição encontrada colocando: “em teoria quântica, uma alternativa não pede necessariamente as respostas sim ou não, pois há outras respostas” (Heisemberg, 1962, p. 320). O impasse existente só encontrou solução quando Niels Bohr compreendeu que a contradição entre os termos complementares onda e corpúsculo era apenas uma das contradições ou antinomias do mesmo tipo já encontrado em outros lugares, mas desconsideradas em benefício de um dos dois termos opostos: (I) contínuo/descontínuo; (II) espécie/indivíduo; (III) sociedade/indivíduo. A partir de Bohr, uma nova antinomia surgiu, saída da própria física quântica; coisas separadas/realidade inseparável (Whitehead, 1978). O próprio Whitehead acrescenta: na lógica formal, uma contradição é indício de uma derrota, mas, na evolução do saber, marca o primeiro passo do progresso rumo à vitória (Whitehead, 1978).
Não se trata somente de associar duas verdades contrárias para ter acesso a uma verdade mais profunda ou mais completa. Trata-se de observar que a verdade pode encontrar-se no vácuo, insondável, na brecha lógica aberta por uma contradição, por uma descontinuidade.
Para Morin (1985), a contradição pode apresentar-se como atentado ao bom senso (paradoxo), como conflito entre duas proposições igualmente demonstráveis (antinomias), como confronto entre duas soluções incompatíveis entre si (aporias) e, mais amplamente, como acasalamento de dois termos que se excluem reciprocamente.
Assim, a emergência da indeterminação quântica, do princípio de incerteza de Heisemberg, e o reconhecimento de uma contradição insuperável na noção de partícula minam, ao mesmo tempo, a idéia de determinismo mecânico e os princípios de identidade, de contradição e de terceiro excluído da matemática.
Por último, ter em mente que o uso da lógica é necessário à inteligibilidade, e a ultrapassagem da lógica faz parte do problema para a compreensão completa do quadro. A lógica está a serviço da observação, da experiência, da imaginação. Ela prolonga a idéia nova nas suas conseqüências, contudo não a suscita. A prospecção tecnológica procura o novo, não procura o lógico. Antes da ferramenta voltada para o problema, é preciso questionar o problema. Está definido adequadamente ou foi apenas dado continuidade aos estudos e pesquisas anteriores? As anomalias foram estudadas ou abandonadas porque não são partes do problema?


3.1 As anomalias encontradas em pesquisa

Nada está definitivamente descoberto e aperfeiçoado, o mundo está no devir permanente do fazer. A descontinuidade não é confortável, pois obriga a se permanecer alerta, pesquisando, analisando, estudando. O que é pior para quem acredita em caminhos mágicos e de trânsito fácil é que grande parte dos cientistas tem chegado a descobertas e conclusões ao perceber anomalias do descontínuo. Nesse caso, esses cientistas são obrigados a abandonar sua pesquisa básica, pois uma anomalia se interpõe em seu caminho, desviando o curso de seus passos metodológicos em direção a uma descoberta longe da continuidade em estudo.
Muitas invenções foram obra do acaso ou do exame de uma possível anomalia. Mas será que nessa rede complexa de elementos simples evolui o espírito do pesquisador ao acaso? Como se atualiza essa rede potencial cujos elementos se pretende examinar? Não há realmente qualquer objetivo, qualquer guia, qualquer orientação nessas redes ramificadas? Quais são, em suma, os progressos de utilização dessas redes? Essas questões precisam ser analisadas para que se compreenda o papel da Vigília Tecnológica no âmbito das ciências antes de se preocupar com as modificações do produto no chão da fábrica. O pesquisador está sujeito às mesmas condições do homem comum no que diz respeito às suas crenças, visão de mundo, habitus e às condicionantes sociais. Para Moles (1971, p. 208), “Não há, pelo menos na origem, transcendência do pesquisador com respeito ao comum dos homens; um é recrutado entre os outros e seus processos intelectuais elementares são tirados do fundo comum do pensamento: o racionalismo formal só intervém no estágio último e aperfeiçoado da pesquisa científica”.

3.2 Metáforas e manuais: entre o abstrato e o concreto

Toda cadeia conceitual precisa se traduzir por uma constatação ou uma experiência. O problema da realização impõe restrições ao desenvolvimento desta última que podem diferenciar de modo pragmático imaginação e invenção.

Para Moles (1971, p.215), um dos primeiros estágios da criação é quase sempre a imaginação: “esta tendência que todos nós temos, a propósito de um dado problema, a construir em nosso espírito um projeto mais ou menos realizável, a aperfeiçoá-lo, a enriquecê-lo, a flori-lo com experiências mais ou menos complicadas etc.”.

Trata-se de uma tendência que todos os pesquisadores possuem em grau qualquer: “secretar idéias, fabricar teorias, projetar aparelhos, imaginar verificações” (Moles, 1971, p. 215). É nesse instante criativo que o pesquisador vai à busca de seus manuais, livros didáticos, anotações, artigos, anais de congressos, comunicações científicas, para a primeira verificação de ordem puramente pessoal em busca de resposta para perguntas do tipo: será isso possível? Não estou contrariando alguma lei conhecida? Já fizeram isso? Por que ainda não encontraram essa resposta para o problema? Obras de ficção científica, por certo, não serão cogitadas. São documentos apócrifos para o cientista. Nesse instante o paradigma cria evidências, auto-ocultando-se. Como está invisível, quem está submetido a ele pensa obedecer aos fatos, à experiência, à lógica. Morin, (1985) chama a atenção do pesquisador para a armadilha paradigmática: um paradigma é co-gerador do sentimento de realidade, pois o enquadramento conceitual e lógico do que é percebido como real deriva da determinação paradigmática. Assim, quem obedece ao paradigma da Ordem Soberana crê que todos os fenômenos deterministas são fatos reais, enquanto os fenômenos aleatórios seriam apenas aparências (Morin, 1985).

Nesse caso, a ciência está aqui entendida como: conhecimento que inclua, em qualquer forma ou medida, uma garantia da própria validade. A limitação expressa pelas palavras “em qualquer forma ou medida” é aqui incluída para tornar a definição aplicável à ciência contemporânea, que não tem pretensões de absoluto (Abbagnano, 1998). Segundo o conceito tradicional, a ciência inclui garantia absoluta de validade, sendo, portanto, como conhecimento, o grau máximo da certeza. O oposto da ciência é a opinião caracterizada pela falta de garantia acerca de sua validade. As diferentes concepções de ciência podem ser distinguidas conforme a garantia de validade que se lhes atribui. Essa garantia pode consistir, primeiro, na demonstração; segundo, na descrição; e, terceiro, na correção.

4. Processos de mútua causalidade

Não existe uma teoria completa ou ferramenta que esgote o assunto. O grande número de parâmetros presentes, as condições de entorno que variam de um momento para outro, a incerteza e a forte carga de subjetividade nas decisões sobre que tecnologia adotar e sobre que ciência buscar como suporte para apropriar tecnologia, tornam impossível um modelo de prospecção completo, capaz de esgotar o assunto. Nos últimos anos vem aparecendo na literatura especializada um esforço para assentar as bases para explicações sobre o desenvolvimento tecnológico. Sua raiz se encontra na Teoria da Complexidade, em que, do mesmo modo que em processos físicos, é impossível saber qual vai ser o estágio final de um sistema capaz de verificar condições subjetivas em um ambiente de incerteza e de aspectos intangíveis.

O tipo de análise proposto tem por finalidade raciocinar sobre o problema, revelando o modelo de relações que arrebatam o desenvolvimento do produto das malhas da tecnologia e da ciência que lhe dão suporte para continuidade. Uma rede de feedback positivo e negativo forma o conjunto de relações. O feedback positivo ganha maior destaque à medida que as relações vão configurando a saída para a descontinuidade. A maior parte das técnicas para esse tipo de prospecção cai na armadilha do pensamento “linear”, em busca de causas simples que se acredita estar na raiz do problema. Esse raciocínio linear acaba por estabelecer as bases para soluções lineares. A teoria da autopoiesis (Maturana, 1997) trouxe uma nova compreensão quanto a mudanças por meio de padrões circulares de interação. A teoria encoraja a que se pense sobre a mudança como círculos e não linhas. A teoria dá suporte para substituir a idéia de causalidade, que sugere que A é causa de B, que é substituída pela idéia de mútua causalidade, que sugere que A e B podem definir-se um ao outro como conseqüência de pertencerem ao mesmo sistema de relações circulares como ilustra figura 2.

Figura – 2 Relações que contribuem para a continuidade

O desenho da figura 2 apresenta uma análise contextual de algumas das inúmeras relações que contribuem para sair da continuidade do desenvolvimento do produto, para apropriar tecnologia disponível em outra área do conhecimento científico. Já foi visto que ao se colocar em evidência a questão da descontinuidade no desenvolvimento do produto, tem-se na continuidade o raciocínio linear e na passagem para a descontinuidade o raciocínio da circularidade, que envolvem as variáveis, estabelecendo relações de mútua causalidade. Magorah Maruyama (1963) focaliza o papel do feedback positivo e negativo no estudo da dinâmica dos sistemas. Maruyama mostra a importância de processos de feedback negativo, em que uma mudança em uma variável inicia uma mudança na direção oposta para explicar a estabilidade de sistemas. Processos são caracterizados por feedback positivo, segundo os quais “mais leva a mais” e “menos, a menos”. Esses conceitos são importantes para a explicação de mudanças em sistemas. As relações ilustradas na rede estabelecem a causalidade mútua existente entre as variáveis. As intervenções têm grande possibilidade de repercutir por meio do todo. Desse modo, é necessário ajustar as intervenções para obter o tipo de transformação sistêmica desejada.

5. CONCLUSÕES

A proposta de Marmaras N. e Pavard B. (1999) de abordagem orientada ao problema reconhece a necessidade de auxilio as tarefas cognitivas complexas. O problema para correção de inadequações das ferramentas de apoio não fica resolvido, uma vez que o método proposto não tenha inicio nos tramites do projeto conceitual. Qualquer ferramenta, só possibilita apoio se utilizada na fase dita de “criatividade”. Nesse caso, ser orientada para o problema é um primeiro passo para geração de novas ferramentas de suporte às tarefas cognitivas complexas de projetos de sistemas de informação. Entretanto, ressalta-se que nesse campo ferramentas isoladas não são suficientes para um auxilio completo. São necessárias múltiplas ferramentas para serem empregadas em cada fase do projeto. Dentro desse escopo, citam-se trabalhos a partir da associação da Theory of Inventive Problem Solving (TIPS) e Método DELPHI como ferramentas múltiplas no desenvolvimento do produto (Barros e Fiod, 20001) acrescentando-se que inúmeros outros autores que se interessam pelo assunto vêm publicado propostas de emprego de ferramentas conjugadas para suporte no desenvolvimento do produto. Para os interessados vale seguir a trilha.

6. Referencias Bibliográficas


1. BANNON, L. Activity theory. In Rogers Y. Scaife M, Bannon L (eds). Theoritical approaches for analysing cooperative technologies for complex work settings. Report of Work Package 1, EU-TMR network COTCOS. University of Sussex, Sussex, 1997: pp 22-29.

2.BARROS E FIOD. Conceptual Design: Combined Tools for Investigating Gaps in Product Development. Anais do 7th International Conference on Industrial Engineering and Operations, Salvador, Bahia, Brasil, 2001.
3. BARROS E FIOD. Technological Vigilance: Managing Technology Gaps. Anais do 3 Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de Produto. Florianópolis, SC - 25-27 Setembro de 2001.

4. CULLER E. and Girden, E. (1951) The learning curve in relation to other psychometric functions. Amer. J. Psychol., 64, 327-349. –464, 466.

5. CULLER, E. (1928) Nature of the learning curve. Psychol. Bull. 34, 742-743.

6.FOSTER, Richard. Inovação. A vantagem do atacante. 3rd Edition, Editora Nova Cultural Ltda. São Paulo, 1986.

7.GRUPP, H. The measurement of technical performance innovations by technometrics and its impact on established technology indicators. Research Policy, 1994; nº 23: 175-193

8.HACKER,W. Improving engineering design:contribuitions of cognitive ergonomics. In 9.Seppala P. et al (eds). From experience to innovation-IEA`97, Proceedings of the 13 th triennal congress of IEA, vol 2. Finnish Institute of Ocupational Health, Helsinki, 1997: pp 6-7.

9.KUHN Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. Editora Perspectiva 5th Edition, São Paulo 1998.

10.LEBEHAR JC. Le travail de conception em architeture. Lê Travail Humain. Paris1986:49:1.

11.MARMARAS N. e PAVARD B. Problem-Driven Approach to the Design of Information Technology Systems Supporting Complex Cognitive Tasks. Cognitive Technologi & Work. (1999) 1:222-236. Springer-Verlang London Limited.

12.NONAKA y TAKEUCHI, I.e H. The Knowledge-Creating Company. How Japanese Companies create the Dynamics of Innovation? Oxford University Press; 284pp. N.Y.

13.REID, T.R., The Chip: The Microelectronics Revolution and the Men Who Made It. Nova York, Simon and Schuster, 1985.

14.ROTH EM, Bennett KB, Woods DD . Human interaction with na intelligent machine. International Journal of Man-Machine Studies (1987) 27:479-525.

15.VAN, Raan, A.F.J. et al, 1992; Unravelling the texture of science and technology by bibliometric cartography. Journal of the ASGI nº 1, July 1992, 77-88.

16.WOODS, DD. Process tracing methods for the study of cognition outside of the experimental psychology laboratory. In Klein G., Calderwood R. Orasanu J (eds). Decision making in action: models and methods. Ablex, Norwood, NJ.1992.

THE KNOWLEDGE QUESTION: A NEW ACCOUNTANCY

Nelci Barros, Dr. Eng.
Santa Catarina Federal University. Professor; Production Engineering Graduate Studies Program – Technology Center. Caixa Postal CX. 476 CEP. 88040900.Florianópolis.Santa Catarina. Brazil.


Neri dos Santos, Dr. Ing.
Santa Catarina Federal University. Professor; Production Engineering Graduate Studies Program – Technology Center. Caixa Postal CX. 476 CEP. 88040900.Florianópolis.Santa Catarina. Brazil.




“As the complexity of a system increases, our ability to do necessary statements that are significant concerning this system decreases until a threshold is reached beyond which precision and significance (or relevance) almost become
mutually exclusive characteristics”
Lofty Zadeh – California University


Abstract

This article emphasizes the knowledge question and its economical value. However, before introducing the knowledge matter, the article brings back the accountancy history and discusses the simplification of complex systems that are common to the present accountancy and economy by the use of metaphors based in false analogies. This paper also gives evidence on how the economy is more interested in amounts and proportions than in forms and structures. It is within this context that the expression "Intellectual capital" is discussed, as well as the value chain idea by the point of view of the value intervention, as a founder phenomenon of the economical movements for their variations in time and not for its absolute levels. Finally, there is a discussion about the relation between knowledge and value and its role in the value chain.

Key- words: Accountancy, Intellectual Capital, Knowledge.





1. Introduction

From a brief review of the accountancy history, the article shows up that the single values that appear at the present economical models are those which can be quantified by the attribution of money value. This emphasis given to the quantification lends to economy the appearance of an exact science. At the same time, though, it cramps severely the range of the economical theories in so far as it rules out qualitative distinctions that are essential to the ecological, social and psychological dimensions of the economic activity. On the other hand, the reductionism rationalism that helped the "Information Age" has incommensurable difficulties to survive at the "Knowledge Age". In this sense, Nonaka calls attention to the role of ambiguity and the importance of redundancy when he presents his critique to Simon:(...)"Simon argued that the efficient processing of the information was only possible when complex problems were simplified, in such a way that the units would not interact unnecessarily among themselves (Nonaka and Takeuchi,1992)”. Nonaka also remarks, (...)"This rationalist view, typically Cartesian, made him neglect the human potential of knowledge creation in the individual level as well as in the organizational one: he could not see the human beings as individuals that actively find out problems and create knowledge to solve them (Nonaka and takeuchi,1992)”.

The article discusses the simplification of complex systems by the use of metaphors based in false analogies, that ends up to compromise the reality cutting desired by the authors that often incur in this epistemological trap. However, facing the transformations that the capitalist system has been suffering, creating a new world in which it is not possible to solve problems with tools of the industrial age, it is necessary to search for new instruments to measure man’s work. In this meaning, it is evident how the economy is interested in quantities and proportions more than in shapes and structures. It puts in discussion the expression "Intellectual Capital" as an analogy that lacks logical fundament. According to it, it is elaborated the contents of the passage of Homo economicus to the Homo cognoscens, creator of the learning organization. It discusses the value chain, from the point of view of the value’s intervention, as a founder phenomenon of the economic movements for its time variation and not for its absolute levels. The article points out the question of a new invisible hand of the emergent system (1), where it is not the market anymore, but the network which puts man behaving economically as a beehive biologically behaves. In this new society, the richness concentrates at the ability and at the speed in which the information is changed into action. As it was shown, a new accountancy will appear. Not based in traditional algorithms, but with the support in subjects as fuzzy logic, which is able to offer the modeling of the system-company a contribution of pragmatic nature in the handling of imprecision, introducing, for example, the capability to consider qualitative variables and use them when making a decision, with suitable mathematical support. Theories such as the diffuse sets (base of fuzzy logic) offer potentially at the micro economy and in the knowledge management a privileged field of application.


1.0 The appearance of the accountancy

The man was always interested in register his exchange transactions. The first signs of commercial activities date from 4.500aC. In this period, the Assyrians, Chaldeans and the Sumerians, people who used to live in the Mesopotamia, area between the Tiger and the Euphrates rivers, produced excellent harvest because of the rich soil. The richness of this area gave rise to cities where the first market centers appeared. In Egypt, the businesses carried out were registered using the Papyrus and the hieroglyphic system. The people responsible for the writing were the Scribes that nowadays are considered the forerunners of the accountant. In the Babylon Empire, the registers were carried out using clay plates of different shapes and sizes and the cuneiform system. The Phoenicians stood out in the Antiquity for having commerce as the main activity. They gave a big impulse to sea commerce and used their own alphabet to make their registers. In the Roman Republic, 200 BC, more elaborated governmental registers were created showing profits, expenses and property relations. In the Middle Age, in England, special books were used to the business and property registers. Leonardo of Pisa published a book with chapters about addition, subtraction, product prices, partnerships, and also introduces the ten Arabic numbers: 1,2,3,4,5,6,7,8,9, and 0, it is within this context that is elaborated the Method of Double-Entry Bookkeeping (MASI, 1955). The appearance of the accountancy as a method of control and business transaction register was only possible because of the simultaneous existence of some elements such as: (I) Writing; (II) Arithmetic; (III) Property; (IV) Commerce; (V) Capital.
It is attributed to Luca Pacioli, a Franciscan friar, born in Italy, the creation of accountancy, more specifically the Method of Double-Entry Bookkeeping. In 1494, Pacioli published a mathematics treaty named "Everything about Arithmetic, Geometry and Proportion", in which included 36 chapters about accountancy, named “Of Reckonings and Writings”. Pacioli did not claim the authorship of the Method of Double-Entry Bookkeeping for himself. According to documents of the time, the merchants of Venice already used this method for some years (MATTESSICH, 1960). His merit was that of organizing a complete accountancy system that is still used in the whole world. The Industrial revolution, the intensification of international trade, wars, brought a number of bankruptcies and the need of a survey of losses and profits. The growth of business in the XX century, were factors that concurred for the improvement of the accountancy (VLAEMMINCK, 1961).

The accountancy as we know today, settled to the Industrial Revolution giving support to the register of acts and facts necessary to the transactions created by commercial and industrial activities.
However, the transformations that the world economy has been suffering are creating a world where we cannot solve the things with instrumental of the industrial age. A new accountancy is going to appear to take care of other appropriation ways where the explicit consideration of the inherent imprecision to the information will dominate.
The current economy characterizes for the typical fragmentary and reductionism emphasis of the major social sciences. Usually, economists do not recognize that the economy is merely one of the aspects of an ecologic and social context: a "live" system composed by human beings in continuous interaction with its natural resources, the great majority of which is formed by living organisms. Therefore, Capra, says that "The basic mistake of social sciences consists in separate this texture in supposedly independent fragments, dedicating itself to its study in separated universal departments."(Capra, p:180,1982).

The economists, although knowing that the studied phenomena are not of linear occurrence, dedicate themselves even so to the elaboration of linear models to study the economical subjects from this reality cutting. The only values that figure in the present economic models are those that can be quantified through the attribution of money value. This emphasis on quantification gives to the economy the appearance of exact science. At the same time though, it restricts severely the range of the economic theories when it excludes qualitative distinctions that are fundamental to the understanding of the ecological, social and psychological dimensions of the economical activity.

Therefore, Capra believes that big distortions are created according to this appropriation methodology. (...)"For instance, the energy is measured just in kilowatts, independently of its origin: no distinction is done between renewable and non-renewable goods and the social production costs are added, incomprehensibly, as positive contributions to the Gross National Product (Capra,1983).

The traditional economical theory is linear and is not aware of the forms, as Schackle points out:(...)"The economy is interested in quantities and proportions, more than in forms, structures and complex combinations of components: of a rich variety (...). But this polarization on the calculated aspects of the businesses excludes from a very big part everything that touches the businessman and the common man more deeply, in the prime of his nature. We can say that: the economy adopted as a map the matter of "how much"? and conscious and deliberately discarded all "how"? (Shackle, 1972).
In this universe of absolute rationality, the imprecision (and, particularly, the uncertainty) attached to the future is ignored. If it is apparently taken into consideration in the probabilistic approaches, these are overlapping possibilities, quantifying, and restoring them to the present connected to a mathematical hope. The probabilistic march seeks, this way, to convert the uncertainties into certain statistics.


2.0 The knowledge management and the false “Intellectual Capital”

In spite of the expressions Knowledge Management and Intellectual Capital have been used indistinctly, it is convenient to notice that the former expresses the idea of a process, therefore dynamic and comprehensive, while the latter one refers to the stock notion.
People’s knowledge, in a knowledge intensive economy, acquires characteristics of a potentially valuable property, sometimes scarce but that ideally should be shared. It is important to point out that the expression Intellectual Capital is inadequate once that the knowledge analogy with the capital is not suitable for many reasons. The first one is about the systematic of considering the existence of Intellectual Capital. Capital is cumulative and its use offers a losing and accumulation variation while knowledge does not wear itself because of use and application. The opposite happens, it grows when used and disappears if it is not used. The second is about the simplification of complex systems using simplifying metaphors, in which the reality cutting is applied resulting in distortions.
In the present literature that discusses the knowledge management subject, there are a great number of examples about the value of a company or product's brand, associated to "how much" knowledge is enclosed in the considered product. Demonstrative graphs are elaborated, trying to show the fraction of knowledge put into these companies' stock next to its estate value.
It is the construction metaphor abuse. There is no way to do this quantification having as support our present accountancy paradigms. We cannot discuss the question about volatility and prices formation that give the stock value of the companies in the market. However, it is important to say that it is not measuring the knowledge contained in each product or protected by patent law that we will find the number we are looking for. It is necessary to have in mind that in this area, a lot is to be constructed, and that is why we can not use neither the present economy structure nor Frei Lucca`s Double-Entry Bookkeeping accountancy.





3.0 From the Homo economicus to the Homo cognoscens

The organizational innovation has today more potential progress than the technological innovation. This explains the central role of the organization at the present economic phenomena.
In the industrial society, richness was associated to a production model that privileged the standardization and the segmentation. In the knowledge society, the new production model presupposes the connectivity and integration with the processes been seen in its totality and the knowledge constituting itself in the most important source of value aggregation to the products. In this new society, the richness concentrates on the capacity and in the speed that the information is transformed into actions.

The creative know-how and knowledge are, by its application to the production of economic richness, the direct sources of value movements, therefore, of the economic phenomena. The technology appears as a historical accumulation of social know-how, in hardware, in equipments, crystallizing the technological acquisitions and also in the qualification, crystallizing group learning. The investment (material or non material) is a growth of this "know-how", it only performs on the economic development (global productivity) through its innovation content (direct or indirect).
Such approach lights up debates that are often endless and unsolvable, about value, for instance: the famous debate about the Marxist theory of changing value into production price.
The Homo economicus becomes Homo cognoscens, defined by the information he receives, that he creates and treats, usually in a group way. He builds himself in the knowledge, always changed and always enriched by the retroactive effect of experience. The real productivity is based on know-how (technical, social and organizational) and the qualities that are resultant of it: quality of the human work and quality of the equipments.

The performance is not individual but it is social. The creation of formal knowledge lives in the range of the social group, from the tacit knowledge to the explicit knowledge and its formalization (Nonaka and Takeuchi, 1996).
From the current accountancy point of view, this problem is usually approached in a static way. Most of the comments and discussions, that it inspired, are located, implicitly or not, in a non temporal space or false real time: equations of some people and critics of others are registered in a synchronous space.
In this synchronous "cut" of the reality, the problems stated are perfectly insoluble. Value and price, that move in a diachronic universe (through time) are not adjustable and do not have any reason of closing cycles, in a synchronous way.
The value comes as a founder phenomenon of the economic movements for its variations in time and not for its absolute levels. The knowledge appears as a component of the chain value. However, a static law of value cannot be seen as a base for the comprehension of an economic world structured by the (irreversible) movement and by imbalance.
The unique and really pertinent law of value should be a law of value’s change: The founder law of the economic theory should not be the value law, but a changing value law. Variations of value are founded on innovation that means, on the heuristic exploration of new technical - organizational know-how.
The value change, that "activates" the economic system, results of the innovation that is, the development and putting in practice of new knowledge. Such observation opens a way for a cognitive approach of value.
It is necessary to use in economy the conquests of the cognosis to understand the behaviors of learning, construction of knowledge and innovation. The Homo economicus becomes Homo cognoscens, defined for the information that he receives, that he creates and deals, usually in a collective way. He is built in knowledge, always modified and always enriched by the retroactive effect of the experience. The true productivity is founded on the knowledge (technical, social and organizational), the qualities that come from it: quality of the human work, quality of the equipments and its application in the production of goods and services.
No quantitative accumulation can explain the past growth: (…) "The entomologists", explains Simon, “can often distinguish different types of moths for the differences of the cocoons that they build. The cocoons are different because the moths are different. In the same way, the changes in the physical equipments intended for production are symptoms of changes corresponding to man. They are symptoms, particularly, of two kinds of internal changes in the talents: the changes in the talents to manufacture these equipments and the changes in the talents to use them" (SIMON, 1966).
The "invisible hand" of the emerging system is no longer the market, but the "network". And this behaves economically like a beehive behaves biologically. It has three characteristics that distinguish of the market: (I) it is global; (II.), it favors everything that is intangible (ideas, information, know-how and relations); (iii) it is intensively interlinked. These three new attributes created a new kind of market and society based on electronic networks.

On the other hand, the Financial Revolution that draws near at the beginning of the new century, is much more important than the e-commerce. And it has been pointed out even less than an absolutely revolutionary thing in terms of market - the concept of auctions developed by "eBay.com" (2). This concept indicates that "eBay.com" established a new tendency. The concept of auctions will be extended to the whole retail trade. It will create an auction economy, a market in which the price starts to be negotiable. It will be another new law.
When, in this context, the domain of uncertainty and learning are approached, the subjectivity dominates the subject: the company or the manager feel an aversion for the risk that belongs to them, a faith in the future that affects his conception of the world and intimate philosophy, a learning capacity linked to his motivation and project.
This subjectivity implies in partial short-sightedness and autonomy: the judgments and the external expectations related to the human behavior will be expressed more in qualitative and approximate statements of the natural language, for instance the expressions: "He works well", “the solution is good", than in contour statements full of mathematical language; "he works 90% of the established patterns", " the solution accomplishes the best under such restrictions" and so on.

In fact the system-company answers to an imprecise nature (more specifically fuzzy, in the sense of the theory of fuzzy sets [3]), in which microeconomics and management offer potentially a privileged application field.
The theory of fuzzy sets [3] answers an observation made by L. Zadeh in 1978: “As the complexity of a system increases, our aptitude to formulate precise statements that are more significant to its behavior decreases until a threshold is reached in which precision and meaning become naturally exclusive”. We enter then in the domain of the "approximate" statements: the elements x of a U set can not, relative to a subset A, be distributed in a binary way between "elements that belong to "A" and elements that do not belong to "A". The x elements will show a certain degree of compatibility with A, supplied by an r function of pertinence F(x). If x has a compatibility degree with A of 0 or 1, the "classic" cases of pertinence and no-pertinence are met again. But all the intermediate values describe the "fuzzy zone" of partial compatibility with A.

The degree of pertinence can be expressed: by numbers between 0 and 1, by non-calculated values (for instance, borrowed of the common sense language: "a little", "average", "a lot"), totally ordered and allowing to establish comparisons and preferences in an exhaustive way (about all pairs of elements), or partially ordered (not allowing to establish comparisons other than between certain pairs of elements).

Thus, the pertinence degree expresses a classification more or less precise and complete, regarding the criterion that formalizes the fuzzy set. It can be, for example, a judgment value about a decision: the degree of compatibility of the decision considered with the satisfactory decisions set. It reflects a judgment that corresponds to a certain state of information, approximate and by all means temporary, and also that experience will enable to improve.

This theory offers a susceptible instrument of describing the limited rationality. It postulates a judgment (in the form of a complete or partial order relation among the decisions) that tries to improve by experience (for example, through the method of trial and error). There is continuous effort to make precise the outlines of the "satisfactory" subset of these decisions, while the transformations tend, in a permanent way, to make difficult its best definition. There, where a perfect rationale seeks to limit the acceptability space in a univocal manner, limited rational expresses itself by a "fuzzy satisfaction zone" (non-localized by the optimum).

For instance: if the zone of satisfaction is defined in the following way: cost C understood between X and X + X; tax of refuse inferior to 2%, with an objective of 1% "reasonable" and at a reasonable cost; The choice among three decisions A, B and C, respectively with best performance regarding to cost, quality and time, can only be done based on a judgment of value (relationship of implicit order among parameter triplets) susceptible of evolving in the light of experience.
There is no magic system of weighting coefficients that allows reducing a reality that has important quantitative and qualitative intrinsic characteristics to a unique numerical scale without losing an essential part of information. Thus, the great potential of using the fuzzy sets theory to serve as a support for the development of new ways of "accounting" registration for the nuances of the knowledge in the organizations.


Final remarks

The economic progress function is insured by the elaboration of knowledge that modifies value. The learning of this new knowledge goes through improving representations and their organizing power on account of efficiency. As we previously discussed, the best representation does not follow algorithmic procedures but heuristic ones. The current accountancy should evolve gradually to a fluid dynamics, non algorithmic, supported by heuristic techniques of appropriation.
The company-system must be submitted to a measurement and conduction tool, but this must be measured and conducted itself. The measure of the measure, the recreation of rules, the engineering of change are essential functions in the modern company, whose organization is many times structured by temporary projects, that makes it more mobile.

The individual creator of the economical activity, therefore, necessarily has a critical dimension: he cannot possess the dynamism of the innovation unless he has the power to criticize and modify the rules that govern the activity (decision rules, technical process rules, product definition rules).
To create a new tool and parameter for measuring the Age of Knowledge can be a present challenge. The law of changing value demands, from this Homo economicus, an anticipation of the future creativity.
The appreciation of knowledge and the registration of its value with the aid of a new accountancy that properly considers the inherent imprecision to the new economic order, are challenges that are to be included in the researches for the new bases of the knowledge economy.



References

CAPRA, Fritjof - The Turning Point : Science, Society, and the Rising Culture. Bantam Book,New York 1981.
MASI, Vincenzo – Lineamenti di Storia della Ragioneria, edição C. Zuffi, Bolonha, 1955.
MATTESSICH, Richard – Academic Research in Accounting – The Last 50 years, in Asia Pacific Journal of Accounting, número 1, volume 3, Hong Kong.
MELIS, Federigo – Storia della Ragioneria, editor Zuffi, Bolonha, 1950.
MONTEIRO, Martim Noel – Pequena História da Contabilidade, edição APOTEC, Lisboa, 1979.
NONAKA Ikujiro and TAKEUCHI, Hirotaka. Knowledge-Creating Company: How Japanese Companies Create the Dynamics of Innovation Oxford Univ. Press 1995.
PARKER, R. H. – Research needs in Accounting History, em The Accounting Historians Journal, edição da The Academy of Accounting Historians, Birminghan, 1977
PIAGET, Jean - L’Epistémologie génetique. Paris, Éditions Eyrolles, 1970.
SCHACKLE, G.L.S. Epistemics and economics. A critique of economic doctrines. Cambridge University Press, 1972.
SIMON, Herbert. - Models of bounded rationality. Cambridge (Massachusetts) e Londres, MIT Press, 1982.
SMITH, Adam. An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations, 2 volume (London, W. Strahan & T. Cadell, fifth edition, 1789, Philadelphia, Thomas Dobson, 1789.
VLAEMMINCK, Joseph H. – Historia y Doctrinas de la Contabilidad, versão espanhola de José Maria Gonzalez Ferrando, edição EJES, Madrid, 1961.
ZADEH, Lotfi - Fuzzy sets Revista Information and Control, nº 8, 1965.


NOTES

1 Reference the Reference to Adam Smith, An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations, 2 volume (London, W. Strahan & T. Cadell, 1776) second
edition, revised, 1778, third edition with "Additions and Corrections, 3 volumes (London, A. Strahan & T. Cadell, 1784), fourth addition (London, A. Strahan & T. Cadell, 1786), fifth edition, 1789 (Philadelphia, Thomas Dobson, 1789).

2 the eBay virtual community is composed of individual shoppers and salespeople that can compare prices, get to know from each other, topics of mutual interest, or request some information of each other. The eBay turns a part of the users' lifestyles. Many users created second businesses, or started to sell goods for many other eBay users. (http://www.ebay.com /)

3 the term "Fuzzy Logic" was created by the professor Lofty Zadeh of the University of California. Professor Zadeh introduced this theory in the sixties. It is a super set of the conventional Boolean Logic that was expanded to include the concept of partial truth, values between totally truth and totally false.

O trivial da Contabilidade substituído pela simplicidade da matemática fuzzy

Série Artigos Barros Nelci & Santos Neri

" A NECESSIDADE DE UMA NOVA CONTABILIDADE"
“A medida que a complexidade de um sistema aumenta, nossa habilidade para fazer afirmações precisas e que sejam significativas acerca deste sistema diminui até que um limiar é atingido além do qual precisão e significância (ou relevância) tornam-se quase que características mutuamente exclusivas"
Lofty Zadeh da Universidade da Califórnia

NELCI BARROS, DR. ENG.
Artigo originalmente publicado com o título: THE KNOWLEDGE QUESTION: A NEW ACCOUNTANCY. InUniversidade Federal de Santa Catarina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Centro Tecnológico CX. Postal 476 CEP.:88040900 Florianópolis Santa Catarina
Neri dos Santos, Dr. Ing.
Universidade Federal de Santa Catarina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Centro Tecnológico CX. Postal 476 CEP.:88040900 Florianópolis Santa Catarina


Resumo
Este artigo enfoca a questão do conhecimento e sua valoração econômica. Entretanto, antes de inserir a discussão sobre o conhecimento , o artigo resgata a história da contabilidade e discute a questão da simplificação de sistemas complexos, comuns na contabilidade e economia atuais, pelo emprego de metáforas com base em falsas analogias. Evidencia o quanto à economia está interessada nas quantidades e nas proporções, mais do que nas formas e nas estruturas.
Nesse contexto, é discutida a expressão “Capital Intelectual” e a idéia de cadeia de valor, do ponto de vista da intervenção do valor, como fenômeno fundador dos movimentos econômicos por suas variações no tempo e não por seus níveis absolutos.
Finalmente, discute-se a relação entre conhecimento e valor e seu papel na cadeia de valor.
Palavras - Chaves: Contabilidade, Capital Intelectual, Conhecimento
Epistemics and economics. A critique of economic doctrines. Cambridge University Press, 2000
C:\My Documents\Textos CWB\Artigo Nelci Neri Contabilidade.doc.

Introdução
A partir de uma breve recuperação da história da contabilidade, o artigo passa a evidenciar que os únicos valores que figuram nos modelos econômicos atuais são aqueles que podem ser quantificados mediante a atribuição de pesos monetários. Essa ênfase dada à quantificação confere à economia a aparência de uma ciência exata. Ao mesmo tempo, contudo, ela restringe severamente o âmbito das teorias econômicas na medida em que exclui distinções qualitativas que são fundamentais para o entendimento das dimensões ecológicas, sociais e psicológicas da atividade econômica. Por outro lado, o racionalismo reducionista que serviu a “Era da Informação”, encontra dificuldades incomensuráveis para sobreviver na “Era do Conhecimento”. Nesse sentido, Nonaka chama atenção para o papel da ambigüidade e importância da redundância quando apresenta sua critica a Simon: (…) “Simon argumentou que o processamento eficaz das informações só era possível quando problemas complexos eram simplificados de tal modo que as unidades não interagissem desnecessariamente entre si (Nonaka & Takeuchi, 1992). E observa Nonaka, (…) “Essa visão racionalista, tipicamente cartesiana, o fez negligenciar o potencial humano de criação do conhecimento tanto no nível individual quanto no nível organizacional; ele não conseguiu ver os seres humanos como indivíduos que descobrem ativamente problemas e criam conhecimentos para resolvê-los (Nonaka & Takeuchi, 1992).
O artigo discute a questão de simplificação de sistemas complexos pelo emprego de metáforas com base em falsas analogias, o que acaba por comprometer o recorte de realidade desejado pelos autores que incorrem com freqüência nessa armadilha epistemológica. Entretanto, diante das transformações que vem sofrendo o sistema capitalista, gerando um novo mundo onde não se pode mais resolver as coisas com instrumental da era industrial, se faz necessário buscar novos instrumentos para mensurar o trabalho do homem. Nesse sentido, evidencia o quanto a economia está interessada nas quantidades e nas proporções, mais do que nas formas e nas estruturas. Coloca em discussão a expressão em voga “Capital Intelectual” como analogia que carece de fundamento lógico. Com base nessa questão, é elaborado o conteúdo da passagem do Homo economicus para o Homo cognoscens, criador da organização de aprendizagem.
2
Discute a cadeia de valor, do ponto de vista da intervenção do valor, como fenômeno fundador dos movimentos econômicos por suas variações no tempo e não por seus níveis absolutos. O artigo aponta a questão da nova «mão invisível1» do sistema emergente, onde não é mais o mercado, mas a rede que coloca o homem comportando-se economicamente como uma colmeia se comporta biologicamente.
Nessa nova sociedade, a riqueza concentra-se na capacidade e na velocidade com que informações são transformadas em ações. Pelo exposto, uma nova contabilidade nascerá. Não mais com base em algoritmos tradicionais, mas com suporte em disciplinas como a lógica difusa ("fuzzy logic"), capaz de oferecer a modelagem do sistema-empresa uma contribuição de natureza pragmática no tratamento da imprecisão, introduzindo, por exemplo, a capacidade de considerar variáveis qualitativas e utilizá-las na tomada de decisão, com um suporte matemático apropriado. Teorias como a dos conjuntos difusos (base da lógica difusa) oferecem potencialmente na microeconomia e na gestão do conhecimento um campo de aplicação privilegiado.
1. 0 O aparecimento da contabilidade
O homem sempre esteve interessado em registrar suas transações de troca. Os primeiros indícios de atividades comerciais datam de 4.500 a.C.. Neste período, os Assírios, Caldeus e os Sumérios, povos que viviam na Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates, produziram colheitas excelentes por causa do solo muito fértil. A riqueza dessa região deu origem a cidades onde apareceram os primeiros pólos comerciais. No Egito, os negócios efetuados eram registrados utilizando-se o Papiro e o sistema hieróglifo. Os responsáveis pela escrita eram os Escribas que hoje são considerados os precursores do contabilista. No Império Babilônico, os registros eram efetuados utilizando-se placas de argila de tamanhos e formatos diferentes e o sistema cuneiforme. Os Fenícios se destacaram na antigüidade por terem o comércio como sua principal atividade. Deram um grande impulso ao comércio marítimo e utilizaram um alfabeto próprio para realizar seus registros. Na República
1 Referência a Adam Smith , A Riqueza das nações, Investigação sobre sua natureza e suas causas, Vol 1 e 2 , Editora Nova Cultura Ltda., São Paulo, 1996.
3
Romana, 200 a.C., surgem registros governamentais mais elaborados, descriminando lucros, despesas e relações de propriedades. Na Idade Média, na Inglaterra, empregavam-se livros especiais para os registros de negócios e propriedades. Leonardo de Pisa publica um livro contendo capítulos sobre adição, subtração, preço de produtos, sociedades, e introduz os dez numerais arábicos: 1,2,3,4,5,6,7,8,9 e 0, é neste panorama que surge o Método das Partidas Dobradas (MASI, 1955) . O aparecimento da contabilidade como um método de controle e registro das operações comerciais, só foi possível devido a existência simultânea de certos elementos. São eles: (I) Escrita; (II.) Aritmética; (iii) Propriedade; (iv) Comércio; (v) Capital.
Atribuí-se a Luca Pacioli, um frade franciscano, nascido na Itália, a criação da contabilidade, mais especificamente do Método das Partidas Dobradas. Em 1494, Pacioli publicou um tratado de matemática denominado “Suma de Aritmética, Geometria, Proporções e Proporcionalidade”, no qual incluía 36 capítulos sobre contabilidade, denominado de “Tratado Particular de Conta e Escrituração”. Pacioli não requisitou para si a autoria do Método das Partidas Dobradas. Segundo documentos da época, esse método já era usado há alguns anos pelos comerciantes de Veneza (MATTESSICH, 1960). Coube a ele o mérito de organizar um sistema completo de contabilidade, que ainda hoje é usado no mundo inteiro. A revolução industrial, a intensificação do comércio internacional, as guerras, acarretaram inúmeras falências e a necessidade de levantamentos de perdas e lucros. O crescimento dos negócios no século XX, foram fatores que concorreram para o aperfeiçoamento da contabilidade ( VLAEMMINCK, 1961) .
A contabilidade como conhecemos hoje, se ajustou a Revolução Industrial oferecendo suporte para registro dos atos e fatos necessários às transações geradas pelas atividades comerciais e industriais.
Entretanto, as transformações que vem sofrendo a economia mundial, estão gerando um mundo onde não se pode mais resolver as coisas com instrumental da era industrial. Uma nova contabilidade vai surgir para dar conta de outras formas de apropriação onde a consideração explícita da imprecisão inerente a informação será dominante.

A economia atual caracteriza-se pelo enfoque reducionista e fragmentário típico da maioria das ciências sociais. De um modo geral, os economistas não reconhecem que a economia é meramente um dos aspectos de todo um contexto ecológico e social: um sistema "vivo" composto de seres humanos em contínua interação e com seus recursos naturais, a maioria dos quais, por seu turno, constituída de organismos vivos. Para Capra, “O erro básico das ciências sociais consiste em dividir essa textura em fragmentos supostamente independentes, dedicando-se a seu estudo em departamentos universais separados" (Capra, p: 180, 1982).
Os economistas embora saibam que os fenômenos estudados não são de ocorrência linear, se comprazem assim mesmo a elaboração de modelos lineares para estudar as questões econômicas a partir desse recorte da realidade. Os únicos valores que figuram nos modelos econômicos atuais são aqueles que podem ser quantificados mediante a atribuição de pesos monetários. Essa ênfase dada à quantificação confere à economia a aparência de uma ciência exata. Ao mesmo tempo, contudo, ela restringe severamente o âmbito das teorias econômicas na medida em que exclui distinções qualitativas que são fundamentais para o entendimento das dimensões ecológicas, sociais e psicológicas da atividade econômica.
Para Capra são geradas grandes distorções segundo esta metodologia de apropriação. (…) “Por exemplo, a energia é medida apenas em quilowatts, independentemente de sua origem; nenhuma distinção é feita entre bens renováveis e os não-renováveis; e os custos sociais de produção são adicionados, incompreensivelmente, como contribuições positivas para o Produto Nacional Bruto (Capra, 1983).
A teoria econômica tradicional é linear e não se dá conta das formas , conforme assinala Schackle: (…) "A economia está interessada nas quantidades e nas proporções, mais que nas formas, nas estruturas, e nas combinações finas e complexas de componentes : de uma rica variedade (...). Mas essa polarização sobre os aspectos cifrados dos negócios exclui de uma parte muito grande tudo aquilo que toca mais profundamente o homem de negócios e o homem comum, na plenitude de sua natureza. Pode-se dizer que: a economia adotou como mapa a questão “quanto "? e, consciente e deliberadamente, descartou todos os “como"? (Schackle, 1972).

Nesse universo de racionalidade absoluta, a imprecisão (e, em particular, a incerteza) irre-dutível ligada ao futuro é ignorada. Se ela é aparentemente levada em conta nas abordagens probabilísticas, estas, estão sobrepondo-se as possibilidades, quantificando-as, e reintegrando-as ao presente numa esperança matemática agregada. A marcha probabilista procura, dessa forma, converter a incerteza em certeza estatística.

A Gestão do Conhecimento e o “Capital Intelectual”
Apesar das expressões Gestão do Conhecimento e Capital Intelectual serem, muitas vezes, usadas indistintamente, é conveniente notar que a primeira comunica uma idéia de processo, portanto dinâmica e abrangente, enquanto que a segunda refere-se à noção de estoque. Capital Intelectual é uma falsa analogia. O conhecimento das pessoas, numa economia intensiva em conhecimento, adquire características de um bem potencialmente valioso, às vezes escasso, mas que idealmente deve ser compartilhado. Cabe a ressalva, de ser inadequada a expressão Capital Intelectual, uma vez que a analogia do Conhecimento com o Capital não se mostra adequada por varias razões. A primeira, diz respeito a sistemática de considerar a existência de capital intelectual. O capital é cumulativo e seu uso oferece variações de perda e acumulação, enquanto o Conhecimento não se desgasta pelo uso e aplicação. Ao contrário, cresce pelo uso e desaparece se não for utilizado. A segunda, diz respeito a simplificação de sistemas complexos utilizando-se de metáforas simplificadoras, cujo recorte da realidade passa a ser aplicado resultando em distorções.
Na literatura atual que discorre sobre gestão do conhecimento, são abundantes os exemplos do valor de marca de uma empresa ou produto, associado ao “quanto” de conhecimento está encerrado no produto considerado. Gráficos demonstrativos são elaborados, procurando mostrar a parte do conhecimento contida nas ações dessas empresas ao lado de seu valor patrimonial. Trata-se de abuso da metáfora de construção. Não há meios de realizar essa quantificação tomando como suporte nossos paradigmas da contabilidade atual. Não cabe nesse espaço discutir as questões de volatilidade e formação de preços que estabelecem o valor de ação das empresas em bolsa. Entretanto, vale acrescentar que por certo, não é medindo o conhecimento contido em cada produto ou assegurado por marcas e patentes que poderemos chegar ao número procurado. É preciso ter em mente que nesse campo muito está para ser construído, e por certo não poderemos nos valer nem da economia em seu arcabouço atual e tão pouco da contabilidade das partidas dobradas de Frei Luca.

0 Do Homo economicus ao Homo cognoscens

A inovação organizacional é hoje mais portadora de progresso potencial que a inovação tecnológica pura. Isso explica o papel central da organização nos fenômenos econômicos atuais.
Na sociedade industrial, a riqueza estava associada a um modelo de produção que privilegiava a padronização e a segmentação. Na sociedade do conhecimento, o novo modelo de produção pressupõe a conectividade e a integração, com os processos sendo vistos em sua totalidade e o conhecimento se constituindo no mais importante recurso de agregação de valor aos produtos. Nessa nova sociedade, a riqueza concentra-se na capacidade e na velocidade com que as informações são transformadas em ações.
O saber criador e o conhecimento, são por sua aplicação à produção de riquezas econômicas, as fontes diretas dos movimentos de valor, portanto, dos fenômenos econômicos. A tecnologia aparece como uma acumulação histórica de saberes sociais, apropriados em hardware tanto sob a forma de equipamentos, cristalizando as aquisições tecnológicas, quanto sob a forma de qualificações, cristalizando as aprendizagens coletivas. O investimento (material ou imaterial) é um crescimento desse “saber” , ele só atua sobre o desenvolvimento econômico (produtividade global) através de seu conteúdo (direto ou indireto) em inovação.

Tal abordagem lança uma luz aos debates; amiúde intermináveis e insolúveis, sobre o valor, por exemplo : o famoso debate sobre a teoria marxista da transformação do valor em preço de produção.
O Homo economicus se torna Homo cognoscens, definido pela informação que recebe, que cria e trata, geralmente de maneira coletiva. Ele se constrói no conhecimento, sempre modificado e sempre enriquecido pelo efeito retroativo da experiência. A verdadeira produtividade é fundada sobre os saberes (técnicos, sociais e de organização) e as qualidades que daí decorrem: qualidade do trabalho humano, qualidade dos equipamentos. O desempenho não é individual, é social. A criação de conhecimento formal se dá no âmbito do grupo social, do conhecimento tácito ao conhecimento explícito e sua formalização. (Nonaka & Takeuchi, 1996 ).
Do ponto de vista da atual contabilidade, esse problema é geralmente abordado de maneira estática. A maior parte dos comentários e discussões, que ele inspirou, se situa, implicitamente ou não, em um espaço atemporal ou falsamente temporal: equações de uns e críticas de outros se inscrevem em um espaço sincrônico.
Nesse "corte" sincrônico da realidade , os problemas colocados são perfeitamente insolúveis. Valor e preço, que se movem em um universo diacrônico (através do tempo), não se ajustam e não têm nenhuma razão de fechar ciclos, de maneira sincrônica.
O valor, intervém como fenômeno fundador dos movimentos econômicos por suas variações no tempo e não por seus níveis absolutos. O conhecimento surge como componente da cadeia de valor. Entretanto, uma Iei estática do valor não pode servir de base para a compreensão de um mundo econômico estruturado pelo movimento (irreversível) e pelo desequilíbrio.
A única lei do valor realmente pertinente deve ser uma lei da mudança de valor: a lei fundadora da teoria econômica não deve ser a lei do valor, mas uma lei da mudança de valor. As variações de valor são fundadas sobre a inovação, isto é, sobre a exploração heurística de novos saberes técnico-organizacionais.
A mudança de valor, que "dinamiza" o sistema econômico , resulta da inovação, isto é, do desenvolvimento e da colocação em prática de novos conhecimentos. Tal observação abre a via para uma abordagem cognitiva do valor.
8
É necessário, utilizar em economia as conquistas da cognótica para apreender os compor-tamentos da aprendizagem, da construção do conhecimento e da inovação. O Homo economicus se torna Homo cognoscens, definido pela informação que recebe, que cria e trata, geralmente de maneira coletiva. Ele se constrói no conhecimento, sempre modificado e sempre enriquecido pelo efeito retroativo da experiência. A verdadeira produtividade é fundada sobre os saberes (técnicos, sociais e de organização), as qualidades que daí decorrem: qualidade do trabalho humano, qualidade dos equipamentos e sua aplicação na produção de bens e serviços.
Nenhuma acumulação quantitativa poderia explicar o crescimento passado: (…) "Os entomologistas", explica Simon, "podem freqüentemente distinguir diferentes tipos de mariposas pelas diferenças dos casulos que elas constróem. Os casulos são diferentes porque as mariposas são diferentes. Da mesma maneira, as mudanças nos equipamentos físicos destinados à produção são sintomas de mudanças correspondentes ao próprio homem. São sintomas, em particular, de duas espécies de mudanças internas nos talentos: as mudanças nos talentos para fabricar esses equipamentos e as mudanças nos talentos para utilizá-los" (SIMON, 1966).
A «mão invisível2» do sistema emergente já não é o mercado, mas a "rede". E esta comporta-se economicamente, como uma colmeia se comporta biologicamente. Ela tem, três características que a distingue do mercado : (I) é global; (II.) , favorece tudo o que é intangível (idéias, informação, saber e relações); (iii) está intensivamente interligada. Estes três novos atributos criaram um novo tipo de mercado e de sociedade, baseado em redes eletrônicas.
Por outro lado, a Revolução Financeira que se avizinha na passagem do século, é muito mais importante do que o comércio eletrônico. E tem-se apontado ainda menos de uma coisa absolutamente revolucionária em termos de mercado - o conceito de leilões lançado pela “eBay.com” 3. Esse conceito indica que ela acabou por definir uma tendência. O
2 Referência a Adam Smith , A Riqueza das nações, Investigação sobre sua natureza e suas causas, Vol.1 e 2 , Editora Nova Cultura Ltda., São Paulo, 1996.
3 A comunidade virtual eBay é composta de compradoras individuais e vendedores que podem comparar preços, e conseguir saber um do outro, tópicos de interesse mútuo, solicitar um ao outro informação. O eBay se torna uma parte dos estilos de vida de usuários. Muitos usuários criaram segundos negócios, ou passaram a vender artigos para centenas de milhares de outros, usuários eBay . (http://www.ebay.com/)

O conceito dos leilões vai estender-se a todo o comércio de varejo. Vai criar uma economia de leilão, um mercado em que o preço passa a ser negociável. Será outra nova lei.
Quando, neste contexto, se aborda o domínio da incerteza e da aprendizagem, a subjetividade domina o assunto: a empresa ou o gestor sentem uma aversão pelo risco que lhes é próprio, uma fé no futuro que remete a sua concepção de mundo e a sua filosofia íntima, uma capacidade de aprendizagem ligada a sua motivação e a seu projeto .
Essa subjetividade tem implicado em autonomia e miopias parciais: os julgamentos e as expectativas externas relativas ao comportamento do sujeito serão expressos em enunciados qualitativos e aproximativos da linguagem natural como por exemplo as expressões: "Ele trabalha bem", "A solução é boa", mais que os enunciados de contornos entremeados de linguagem matemática; "ele trabalha a 90% dos padrões estabelecidos", " a solução realiza o ótimo sob tais restrições” e assim por diante.
Na realidade o sistema-empresa responde a uma natureza imprecisa (mais especificamente difusa, no sentido da teoria dos conjuntos difusos - "fuzzy sets"), dos quais a microeconomia e a gestão oferecem potencialmente uma campo de aplicação privilegiado.
A teoria dos conjuntos difusos3 responde a uma observação feita por L. Zadehk em 1978: "À medida que se amplia a complexidade de um sistema, nossa aptidão em formular afirmações precisas mais significantes sobre seu comportamento diminui até um limiar do qual a precisão e o sentido se tornam naturalmente exclusivos". Penetra-se então no domínio dos enunciados "aproximativos": os elementos x de um conjunto U não podem mais, relativamente a um subconjunto A, ser repartidos de maneira binária entre "elementos pertencentes a “A" e elementos não-pertencentes a “A". Os elementos x apresentarão um certo grau de compatibilidade com A, fornecida por uma função r de pertinência f(x). Se x tem um grau de compatibilidade com A de 0 ou de 1, reencontram-se os casos "clássicos" de pertinência ou de não-pertinência. Mas todos os valores intermediários descrevem a "zona difusa" de compatibilidade parcial com A.
3 O pesquisador que cunhou o termo "Fuzzy Logic", que traduziremos por Lógica difusa, foi o professor Lofty Zadeh da Universidade da Califórnia. Esta teoria foi introduzida pelo professor Zadeh nos anos 60. Esta é teoria é um super conjunto da Lógica Booleana convencional que foi estendida para incluir o conceito de verdade parcial, valores entre totalmente verdade e totalmente falso.
10
O grau de pertinência pode se exprimir: por números compreendidos entre 0 e 1 , por valores não-cifrados (por exemplo, emprestados da linguagem do senso comum: "um pouco", "medianamente", "muito"), totalmente ordenados e permitindo estabelecer comparações e preferências de maneira exaustiva (sobre todos os pares de elementos), ou parcialmente ordenados (não permitindo estabelecer comparações a não ser entre certos pares de elementos).
O grau de pertinência exprime uma classificação mais ou menos precisa e mais ou menos completa, a respeito do critério que formaliza o conjunto difuso. Pode-se tratar, por exemplo, de um julgamento de valor sobre uma decisão: o grau de compatibilidade da decisão considerada com o conjunto de decisões satisfatórias. Reflete um julgamento, correspondente a um certo estado de informação, aproximativo e sem dúvida temporário, e que a experiência permitirá depurar.
Essa teoria oferece um instrumento suscetível de descrever a racionalidade limitada. Aquela postula um julgamento (na forma de uma relação de ordem completa, ou parcial entre as decisões) que tenta em seguida aperfeiçoar, pela experiência (por exemplo, através do método de tentativa erro). Há esforço contínuo para tornar precisos os contornos do subconjunto "satisfatório" dessas decisões, enquanto as transformações tendem, de forma permanente, a dificultar sua melhor definição. Ali, onde uma racionalidade perfeita procura delimitar o espaço de aceitabilidade de maneira unívoca por um ótimo, a racionalidade limitada se exprime por uma "zona de satisfação" difusa (não-localizada pelo ótimo).
Por exemplo: se a zona de satisfação se define da seguinte maneira:
• custo C compreendido entre X e X + ΔX ;
• taxa de refugo inferior a 2%, com um objetivo de 1% "razoável” a custo razoável;
A escolha entre três decisões A, B e C, respectivamente com melhor desempenho quanto ao custo, à qualidade e ao prazo, só pode ser operada sobre a base de um julgamento de valor (relação de ordem implícita entre trios de parâmetros) suscetível de evoluir à luz da experiência.
Não existe sistema mágico de coeficientes de ponderação que permita reduzir uma realidade que possui características quantitativas e qualitativas inerentes e importantes a

Uma escala numérica única sem perder uma parte essencial da informação. Daí o grande potencial do uso da teoria dos conjuntos difusos para servir de esteio ao desenvolvimento de novas formas de registro “contábil” para as nuances do conhecimento nas organizações.
Considerações finais
A função de progresso econômico é assegurada pela elaboração do saber que modifica o valor. A aprendizagem desses novos saberes passa pela melhoria das representações e de seu poder organizador em vista da eficiência. Como discutimos, a melhor das representações não segue procedimentos algorítmicos mas heurísticos. A contabilidade como está posta, terá que evoluir para uma dinâmica fluída, não algorítmica, suportada por técnicas heurísticas de apropriação.
O sistema- empresa deve ser submetido a um aparelho de medida e de condução, mas este deve, ele mesmo, ser medido e conduzido. A medida da medida, a reinvenção das regras, a engenharia da mudança são funções essenciais na empresa moderna, cuja organização, muitas vezes é estruturada por projetos temporários, o que a torna mais móvel.
O sujeito criador da atividade econômica, portanto, tem necessariamente uma dimensão crítica: ele não pode deter o dinamismo da inovação senão tendo o poder de criticar e de modificar as regras que regem a atividade (regras de decisão, regras técnicas de processo, regras de definição do produto). Novas ferramentas e parâmetros para a mensuração da Era do Conhecimento é o desafio presente.
A lei da mudança do valor exige, da parte desse Homo economicus, uma antecipação da criatividade futura.
A valoração do conhecimento e o registro de seu valor com o auxílio de uma nova contabilidade, que considere adequadamente a imprecisão inerente a nova ordem econômica, são desafios que estão na pauta das pesquisas para as novas bases da economia do conhecimento.

Referências Bibliográficas
CAPRA, Fritjof - O Ponto de Mutação. A Ciência, a Sociedade e a Cultura emergente. Editora Cultrix. São Paulo, 1982.

MASI, Vincenzo – Lineamenti di Storia della Ragioneria, edição C. Zuffi, Bolonha, 1955.
MATTESSICH, Richard – Academic Research in Accounting – The Last 50 years, in Asia Pacific Journal of Accounting, número 1, volume 3, Hong Kong.

MELIS, Federigo – Storia della Ragioneria, editor Zuffi, Bolonha, 1950.
MONTEIRO, Martim Noel – Pequena História da Contabilidade, edição APOTEC, Lisboa, 1979

NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI Hirotaka - Crição do Conhecimento na Empresa. Como as Empresas Japonesas Geram a Dinâmica da Inovação. Editora Campus, 1996.

PARKER, R. H. – Research needs in Accounting History, em The Accounting Historians Journal, edição da The Academy of Accounting Historians, Birminghan, 1977

PIAGET, Jean - L’Epistémologie génetique. Paris, Éditions Eyrolles, 1970.

SCHACKLE, G.L.S. Epistemics and economics. A critique of economic doctrines. Cambridge University Press, 1972.

SIMON, Herbert. - Models of bounded rationality. Cambridge (Massachusetts) e Londres, MIT Press, 1982.

SMITH, Adam - A Riqueza das nações, Investigação sobre sua natureza e suas causas, Vol.1 e 2 , Editora Nova Cultura Ltda., São Paulo, 1996.

SOROS, George - A Crise do capitalismo . As ameaças aos valores democráticos. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1999.

VLAEMMINCK, Joseph H. – Historia y Doctrinas de la Contabilidad, versão espanhola de José Maria Gonzalez Ferrando, edição EJES, Madrid, 1961.

ZADEH, Lotfi - Fuzzy sets Revista Information and Control, nº 8, 1965. 13
14